Grande parte dos pais passam por uma época onde estão divididos entre o querer que seus filhos permaneçam bebês e crianças e o querer que eles sejam independentes. É nessa fase que os pais acabam assumindo um papel de maior responsabilidade e evitam que a criança tome mais iniciativa, fazendo tudo que estiver ao seu alcance. Isso prejudica o crescimento emocional, retardando a independência.
Mesmo que haja medo da separação e do que isso representa, a verdade é que as crianças tentam ganham independência em todas as idades e é importante que os pais e responsáveis entendam essa necessidade, incentivando abertamente as transições graduais, que vem com o passar do tempo. O principal papel, nesse caso, é aliviar o medo, proporcionar a sensação de segurança e mostrar que é possível passar por isso sem maiores traumas.
Além disso, lembre-se que incentivar independência não significa incentivar egoísmo. Todos precisamos de amor, respeito, segurança e confiança e essas coisas são alcançadas através do contato social com a família e amigos.
Seja um modelo de independência
Para que as crianças entendam o que é ser independente, você tem que ter essa ideia muito clara na mente e lembrar-se completamente de como é se sentir assim. Os relacionamentos saudáveis mantém um equilíbrio que ajuda a conquistar independência e individualidade, o que torna qualquer um capaz de resistir a uma separação, e é isso que seus filhos tem que aprender com você.
Se você é um pai ou responsável “coruja”, alguns problemas internos poderão surgir, como não suportar ficar longe da criança e vigiar cada ação. Esse tipo de comportamento tem uma boa intenção, mas não é saudável. Pode surgir de ansiedades ou preocupações próprias e exigem uma reconstrução pessoal para a superação, afinal, agir assim reflete ansiedades e medo de independência na própria criança. Garanta que seus próprios medos não sejam herdados pelos jovens.
Codependência e conflitos
Também é importante parar um minuto e analisar o que você e seu cônjuge ou parceiro estão mostrando a seus filhos, manter comportamentos subservientes ou codependentes enviam sinais de incapacidade para as crianças. Supere esse tipo de ação, ensine seu filho que discordar pacificamente da opinião do outro é saudável, e querer um tempo de privacidade também. Ensine-os que é bom se virar só.
Conflitos saudáveis devem ser mostrados aos filhos, mas gritos e acusações não tem parte na criação e só aumentam o medo. Durante as brigas, argumente a favor de algo de forma calma e moderada. Essa dica, inclusive, é importante para qualquer ser humano e é uma habilidade útil. Mostre que todos cometemos erros, e incentive os pedidos de desculpa, sem fingir que nada aconteceu. Se a criança já tiver idade suficiente, explique os motivos e não denigra a imagem de seu parceiro.
Realizações individuais
Mostre exemplos de suas próprias realizações individuais para incentivá-lo a seguir o mesmo caminho. Chame atenção para experiência, por exemplo, ao conseguir abrir um pote, sem desistir e sem a ajuda de ninguém, explique para a criança que isso é um tipo de realização pessoal. Seu filho entenderá assim que quando é capaz de fazer coisas sozinho também, evitando que ele desista rapidamente de coisas. Isso incentiva a perseverança.
Apesar disso, lembre a criança de que se eles não se sentem bem o suficiente ainda para fazer algo sozinhos, você estará para ajuda-los. Esse apoio varia de ajuda física ou verbal, mas você sabe que essa tarefa específica ele consegue realizar sozinho, tenha isso em mente no futuro.
Vida cotidiana
Mantenha sempre atenção nos gostos pessoais e preferências de seus filhos, observe-os brincando e na vida cotidiana. Abrir possibilidades de conversar sobre o que eles estavam fazendo ou jogando é uma ótima maneira de descobrir o que você pode fazer para melhorar a brincadeira através de mudanças simples, e incentivar o entendimento da criança no que ela pode fazer por si mesma.
A criança tem que se sentir incluída no ambiente familiar e social, para isso, solicite sua opinião em pequenas tarefas. Ele aprende que sua opinião também conta no ambiente e estimula a autoestima, sendo mais eficiente que elogios exagerados e ineficazes. Uma forma de fazer isso é incluir seu filho em tarefas domésticas cotidianas que envolvam as coisas deles, é mais fácil se identificar com ações que façam eles se preocuparem e se sentirem familiarizados.
- Ao terminarem uma refeição, incentive-os a colocarem a louça suja no local apropriado.
- Para a limpeza do quarto, mostre que você confia a ele a capacidade de pequenas tomadas de decisão, como por exemplo, decidir onde ficam os brinquedos ou livros. Eles adquirem assim a noção de como cuidar de seus próprios pertences.
- A ajuda na casa pode começar aos 3 anos de idade, com pequenas tarefas, aumentando o grau de desafios com o crescimento da criança.
- Mesmo que seja preciso que você volte e “realmente” limpe as áreas que você pediu para que eles arrumassem, o esforço é válido, pois os ensina a ter responsabilidades.
Privacidade
Deixe que a criança escolha cada vez mais onde querem estar, de acordo com os limites de cada ação, planejar momentos de privacidade livre ou com atividades incluem uma variedade de escolhas seguras e estruturadas. É o momento de não compartilhar nada, não falar com ninguém, apenas aproveitar a si mesmo, se divertindo de forma independente.
Apresente a privacidade como um aspecto positivo e de auto-suficiência, e não como castigo, e estenda as fronteiras do tempo livre. Enquanto eles crescem, a independência é uma aliada, a confiança em seus filhos fará diferença em um amadurecimento saudável.
A independência é um privilégio, e não algo que eles devem temer.