Tido por muitos como um dos grandes problemas no desenvolvimento de uma criança, o comportamento antissocial não é considerado uma patologia, por si só, embora faça parte de várias patologias com diferentes graus de gravidade. Seus “sintomas” e consequências podem se manifestar tanto em crianças normais, quanto naquelas que possuam algum transtorno psicótico e/ou neurótico.
Sabemos que para as crianças, a tendência a se tornar antissocial começa a aparecer nos primeiros anos de vida, quando uma forte predisposição para reações hostis, tais quais, teimosia, birra, nervosismo, agressividade, são notadas, podendo evoluir e serem mantidas até as fases seguintes da vida (adolescência e fase adulta).
Nesse estágio de conduta antissocial, a pessoa, não mais, irá apresentar pequenos sintomas e indícios, mas adotará um comportamento fixo de auto-exclusão e introspectividade, na forma de um transtorno mental agressivo, ligado à certas dificuldades, como aceitar regras e limites impostos, no que diz respeito ao convívio familiar e social, podendo levar a tendências violentas, criminais e delinquentes, em casos extremos.
Sabendo-se disso, como evitar que a criança cresça e se desenvolva de forma antissocial? Não há uma fórmula mágica, um remédio ou tratamento específico que erradique o antissocialismo de alguém, mas existem práticas e comportamentos que poderiam (e deveriam) ser adotadas, desde sempre, pra evitar que a crianças crescesse envolta, apenas, no seu próprio mundo. A mais fácil e conhecida, delas, é a brincadeira.
Existe algo em comum, entre as crianças que aceitam e se adaptam bem mais fácil a qualquer ambiente, os cientistas mais vezes indicados ao prêmio Nobel, os empresários mais inovadores e as famílias mais felizes: todos eles possuíram entusiasmo pelo ato de brincar, ao longo de suas vidas. Porque brincar é tão importante, para os seres vivos, como comer ou dormir. Quem diz isso é um instituto criado, especialmente, para esse fim. O Instituto Nacional da Brincadeira, criado no ano de 1996, nos Estados Unidos.
Lá, ficou comprovado que a brincadeira é uma ação tão natural para os humanos, como para qualquer animal, por exemplo. Não a toa, cansamos de ver imagens e vídeos de animais brincalhões e agitados, que se divertem em bando ou com suas famílias. Sobre isso, inclusive, fica a lembrança de que a brincadeira tem papel fundamental, quando exercida de determinadas formas, em determinadas relações e ambientes. Uma brincadeira de pai para filho é muito mais nutritiva, para a criança, quando surge de forma espontânea e sem restrições, deixando com que ela se sinta livre para criar e inventar. Brincar 15 minutos com seu filho diminui, de forma substancial, os problemas de comportamento da criança, como, por exemplo, o comportamento antissocial. O mesmo serve para brincadeiras infantis coletivas, como em escolas e parquinhos. Um ambiente como um playground carrega dezenas de crianças que convivem, se conhecem, interagem e aprendem valores sociais e de companheirismo. Valores, esses, que ajudam nas suas construções de vida e que, muitas vezes, serão levados com elas, para sempre.
Brincar pode parecer um luxo, mas se comprova, por meio de pesquisas e institutos, como o citado aqui, que se trata, na verdade, de uma necessidade de homens e animais. Caso contrário, há muito, essa nossa capacidade já teria caído no esquecimento completo. Brincar ajuda a aflorar o que existe de mais puro, em cada um de nós.
Se ainda tem dúvidas, quanto a isso, pense bem: mesmo no meio da natureza selvagem, onde cada animal sabe, por instinto, sua função, o quanto deve comer, descansar e caçar, para não se desgastar a toa, a brincadeira ainda ganha considerável espaço. Por que será?